quinta-feira, 28 de junho de 2012

Câmeras instaladas em banheiro flagram tráfico de drogas em colégio


Menos de 24 horas depois de serem aprovadas pelo Conselho Escolar, as câmeras instaladas nos banheiros do Colégio Estadual Ubedulha de Oliveira flagraram um caso de tráfico de drogas. Segundo informações da RPCTV, as imagens gravadas durante a tarde dessa quarta (27) mostram uma menina com cocaína dentro do celular, no lugar onde fica a bateria.
A aluna tinha recebido a droga de um outro estudante do lado de fora do colégio. No banheiro, ela mostrou a cocaína a uma colega. Com as imagens, a direção da escola acionou a Polícia Militar. A mãe da aluna que estava com a droga foi chamada, e encaminhada junto à filha e o outro estudante à 10ª Subdivisão Policial.
A instalação das câmeras de segurança dentro dos banheiros do colégio foi aprovada em uma reunião realizada pelo Conselho Escolar, formado por pais, alunos e professores, na noite da última terça (26). A decisão pode abrir um precedente para outras escolas. Em todo o estabelecimento são 36 câmeras para o monitoramento dos alunos, duas delas dentro dos banheiros.
Como houve resistência por parte de alguns pais de alunos, o Núcleo Regional de Educação (NRE) foi acionado. A permanência dos equipamentos só seria autorizada se houvesse a aprovação do conselho. E a aprovação veio, quase que por unanimidade. Para a professora Miltes Carreira, membro do Conselho Escolar, as câmeras podem colaborar para a diminuição de casos de violência. “Como em qualquer colégio, aqui nós já tivemos casos de violência, inclusive sexual, bullying, agressões físicas, consumo e até o comércio de drogas. O banheiro era o último lugar em que os infratores tinham espaço livre para praticar esses atos. O objetivo maior da escola é prevenir, e as câmeras ajudam muito nesse processo”, explicou Miltes.
A privacidade dos alunos é o ponto mais discutível da decisão tomada pelo conselho. Mas o diretor Adão Nunes garante que nenhum aluno está exposto. “As câmeras mostram as áreas comuns, só as pias. Quem vai querer ver as imagens dos alunos lavando as mãos? Se as imagens fossem feitas dentro das cabines, eu concordo que isso seria incorreto. Mas o que aparece são apenas os lavatórios”, disse o diretor. As imagens das câmeras, segundo o diretor, ficam armazenadas em um computador na sala da direção. O acesso às gravações é livre, desde que o solicitante esteja acompanhado.
Para a diretora do NRE, Lúcia Cortez Martins, a posição do núcleo é de respeitar a decisão da comunidade. “Se o conselho está a favor das câmeras, se a comunidade está a favor, então nós temos que respeitar essa decisão. O assunto foi bastante discutido, até mesmo esgotado. Isso mostra que a comunidade está voltando a ter um papel importante nas decisões tomadas pela escola, e isso é imprescindível. Pode até ser um precedente para que outras escolas façam o mesmo”, avaliou a diretora.

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