Confusão no Conjunto Florêncio Rebolho: churrasco acaba em suposto estupro

Por volta das 8h30 da manhã de domingo (23), policiais militares de Cornélio Procópio foram acionados para verificarem a uma ocorrência de vias de fato que acontecia em uma residência da Rua José Cícero Nicolau, no bairro Florêncio Rebolho. Chegando rapidamente ao local, os PMs se depararam com uma grande confusão envolvendo um casal e alguns indivíduos.
De acordo com informações, um homem visivelmente alterado e agressivo iniciou a briga e precisou ser contido pelos policiais. Indagado sobre o que realmente havia acontecido, o rapaz declarou que a sua mulher havia sido estuprada momentos antes dentro daquela residência.
Muito nervosa e chorando, a suposta vítima, uma mulher de 33 anos de idade, afirmou que foi levada a força por três homens que estavam na casa para um quarto e dois deles a estupraram. Segundo a moça, os indivíduos se aproveitaram do momento que seu marido havia saído para comprar carne para um churrasco que deveria acontecer naquela moradia.
O marido relatou a imprensa, que ao chegar a casa, após comprar os produtos para o tal churrasco, não viu a esposa e passou a procurá-la, quando a encontrou chorando e falando que havia sido estuprada perdeu o controle e iniciou luta corporal com um dos envolvidos. Com a chegada dos policiais, o homem diz ter sido agredido por um dos PMs no meio da confusão, agressões estas que lhe deixaram marcas.

Relatório da PM
No relatório policial sobre ocorrência consta que tentando acalmar os ânimos e passar para uma conversa em tom mais moderado, os PMs foram desacatados pelo casal, que diziam que a polícia não faria nada quanto ao caso e eles não sabiam o porquê da presença da Polícia Militar, para tal o homem afirmava que ele mesmo resolveria a situação, ameaçando o dono da casa.
Vendo que o casal não colaborava, os policiais iniciaram um diálogo com o dono da residência que deu outra versão sobre a situação, assegurando que estava em casa e por volta das 7h da manhã foi procurado por um rapaz que trazia o casal, além de outra pessoas que ele não soube precisar quem seriam. O grupo desejava fazer um churrasco em sua moradia.
Concordando com o churrasco, o grupo começou os preparativas e pouco depois, o companheiro da vítima que supostamente foi estuprada, saiu para comprar carne, juntamente com outro rapaz e foi aí que os dois homens que restaram entraram no quarto com a mulher e conforme dito pelo dono da casa, ele começou a ouvir sussurros e gemidos.
Prosseguindo no seu relato, o morador da residência falou que logo em seguida o companheiro da mulher chegou e ela começou a gritar, dizendo que havia sido estuprada e a confusão se instaurou.
Sem a menor condição de dar prosseguimento na ocorrência, visto que a vitima e seu companheiro não concordavam com as orientações dos policiais, o casal foi aconselhado a se dirigir a 11º SDP de Cornélio Procópio e registrar queixa junto à autoridade de plantão e este tomaria as devidas medidas judiciais quanto ao caso.

Comando da PM
O comando da PM, através do Capitão Talhetti, se pronunciou sobre a acusação de agressão feita pelo marido da suposta vítima, informando que devido a grande confusão generalizada e o não cumprimento das ordens dos policiais no momento da abordagem, estes foram obrigados a usarem de força moderada para encerrar a desordem, seguindo o procedimento padrão do manual de instrução da Polícia Militar em situações como esta.
Os policiais agiram sem a intenção de lesionar os indivíduos e ainda se comportaram de forma coerente, tolerando as ofensas dirigidas a eles, que muito bem poderiam se enquadrar no crime de desacato, visto que o homem estava aparentemente embriagado e fora de si, afirmou o Talhete.
O Capitão da PM também revelou conforme relatos da mulher, que a casa já estava movimentada desde a noite anterior e o uso de bebidas alcoólicas foi excessivo durante o decorrer da madrugada.