quarta-feira, 26 de março de 2014

Surfista carioca pode virar santo

Guido Schäffer era um jovem médico que recebeu o chamado para o sacerdócio ao se deparar com o olhar do Beato João Paulo II durante sua visita apostólica ao Rio de Janeiro em 1991, Guido Schäffer viveu a fé cristã com a alegria da juventude. Ele era médico, foi seminarista e nas horas de lazer, gostava de “pegar umas ondas”.

Guido tinha como grande amigo o padre Jorge Luiz Neves, mais conhecido como padre Jorjão, que o acolheu com muito carinho no EJC-Paz, o grupo de jovens da paróquia Nossa Senhora da Paz. No grupo, Guido sentiu o chamado para ser padre e entrou para o Seminário. Hoje, padre Jorjão faz parte do grupo que busca a beatificação do jovem surfista. Para o sacerdote, o exemplo de vida de Guido desmente o discurso dos meios de comunicação de que a Igreja "é coisa de gente chata, triste e de idoso".

"Era um jovem normal, surfista carioca da Zona Sul, que ‘pegava onda’, falava gíria e tinha um ideal na vida. Ele namorou, ficou noivo, estudou, se formou e foi um grande médico, elogiado pelos professores de Medicina e pelos pacientes. Tinha carinho pelos simples e pobres e trabalhava com os moradores de rua. Quis ser padre, foi para o Seminário e não perdeu a alegria e a juventude e o modo de ser carioca. Ele contagiava os surfistas na praia, falava de Deus e transformava a vida de pessoas que bebiam, e deixavam de beber, e de drogados, que abandonavam as drogas. Um jovem que tocava idosos, jovens e crianças, pessoas de todas as classes. Isso fala mais que mil palavras. A Palavra de Deus não fez dele um homem careta e chato, mas um jovem de fé, alegre e de bem com a vida, que fazia feliz outras pessoas", contou.

Inclinado ao sacerdócio, iniciou os estudos preparatórios no Mosteiro de São Bento em 2002 e ingressou no Seminário São José em 2008. O seu amor à Eucaristia, a sua vida de profunda oração, a sua entrega abnegada aos pobre e doentes, a sua dedicação missionária e a sua humildade em esperar o momento de receber o Sacramento da Ordem, que fortemente desejava, são traços que compõe o retrato de sua alma.

Em 1º de maio de 2009, ele faleceu, vítima de afogamento, enquanto surfava, na Praia do Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro.

‘O Anjo Surfista’ — livro que conta a vida do seminarista-surfista — encerra com relatos de graças que, afirmam os entrevistados, tiveram a intercessão de Guido Schäffer. As primeiras delas teriam acontecido logo após a morte do médico, com uma criança desenganada por “um grande neurologista do Rio de Janeiro”, que chegou às mãos de Padre Jorjão. E a dona de casa Miriam Ferreira, 56, moradora de Madureira, também relata que seu filho Leandro Ferreira , 28, recebeu duas graças.

“Ele foi diagnosticado com água na pleura, sentia dor, tinha febre. Peguei o retrato do Guido e pedi a ele que intercedesse para que conseguíssemos um hospital para o tratamento. E conseguimos”, afirma. “Depois, o médico viu que ele não precisava operar e não tinha nada. Foi uma bênção”.

Fala-se de sua beatificação de Guido Schäffer desde maio de 2009, o Padre Jorjão, da Igreja Matriz Nossa Senhora da Paz (Ipanema), conheceu Guido ainda adolescente, falou deste possível acontecimento:

“A Igreja é muito prudente em relação a isso. Apenas no ano que vem é que os testemunhos vão poder ser analisados. O impressionante é ver como pessoas que nunca o conheceram montam grupos para orar por ele e pedir sua intercessão. E isso até em países como a Suíça”, relata Jorjão. “O Papa João Paulo II costumava dizer que precisamos de santos vestidos de calças jeans. E o Guido é um exemplo disso, de um rapaz que vivia sua juventude”.

“Meu filho era uma pessoa de enorme bondade. Mas ainda assim me espanto em ver tudo isso que está acontecendo”, diz a mãe de Guido, Nazareth Schäffer, afirmando que ainda há outros dois livros para sair: ‘Guido Schäffer — Apóstolo da Palavra e da Paz’, escrito pelo monge beneditino Dom Justino de Almeida Bueno, e um assinado pelo padre francês Daniel Ange, falando de jovens que mudam a vida ao se entregarem para Deus. “Ver um filho partir é duro, mas é lindo ver que ele fazia tanto bem a todos”. (Por Associação Cultural Católica Guido Schäffer)

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