terça-feira, 27 de outubro de 2015

Governo do Paraná estima fechar "no máximo" 40 escolas

A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) informou nesta segunda-feira (26), em coletiva de imprensa, que pretende fechar "no máximo" 40 escolas estaduais em 2016. O levantamento final, porém, só deve ser divulgado no final de novembro, depois de uma análise pedagógica por parte dos gestores locais e da consulta às comunidades. A rede pública estadual possui 2,1 mil instituições e quase um milhão de alunos.

A pasta elaborou um estudo preliminar, considerando 71 estabelecimentos. Destes, 31 estão localizados no campo, sendo a maioria em municípios pequenos do interior, 19 são Centros de Educação Básica de Jovens e Adultos (Ceebjas) e outros 21 dizem respeito a contratos de locações – a ideia da gestão Beto Richa (PSDB) é transferi-los para prédios públicos. Com a medida, a administração tucana estima economizar aproximadamente R$ 13 milhões anuais. Segundo a assessoria de imprensa da Seed, a lista completa deve ser divulgada ainda hoje.

De acordo com a superintendente de Desenvolvimento Educacional da Secretaria, Vanda Dolci Garcia, os Núcleos Regionais de Educação (NREs) têm até o final desta semana para encaminhar seus pareceres sobre os impactos dos possíveis fechamentos à Seed. "Estamos num primeiro momento, que é a análise da infraestrutura. E não é porque, do ponto de vista das salas ociosas e da ociosidade dos prédios escolares, nós temos possibilidade de readequação ou de extinção de escola que isso será feito", afirmou. Ela conversou com os jornalistas em substituição à secretária Ana Seres, que participava de um compromisso com o governador.

Para a secretária educacional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), Walquíria Olegário Mazeto, contudo, a manifestação da Seed é uma "falácia". "Na realidade, estão acontecendo reuniões com as comunidades, mas a partir de respostas de que as escolas já vão fechar. Não é o processo inverso – o núcleo avalia se é possível com a comunidade e, a partir daí, a Seed decide. Tanto que temos alguns lugares em que a comunidade avaliou de forma negativa e a ordem continua sendo de extinção, porque o que eles (governo) querem é a otimização de recursos", disse.

Conforme balanço da APP, em torno de 150 escolas podem sofrer alterações. O total engloba, além de fechamentos, extinção de turnos, junção de turmas e mudança de prédios. "De fechamento mesmo, recebemos mais de 60 denúncias apenas do interior – ou seja, com os números da capital, com certeza ultrapassa 71. Isso também não inclui as casas familiares rurais, que são 20, as do campo e os Cebejas. E, mesmo que fosse uma para fechar, a gente acharia absurdo", completou Walquíria.

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