quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Na Avenida Leste-Oeste, manifestantes pedem a desocupação das escolas estaduais

O Movimento Desocupa Londrina fez um protesto no fim da tarde desta quarta-feira (26) contra a ocupação das escolas estaduais. Com cartazes e gritos de "Desocupa Já", em torno de 10 pessoas, entre pais e alunos, se concentraram em frente a 10ª Superintendência da Polícia Civil, na Avenida Leste/Oeste, na região Central.

A manifestação organizada pelas redes sociais foi pacífica. Quando o semáforo fechava, eles iam para a faixa de pedestre e circulavam entre os carros. "A nossa intenção não era fechar a avenida, porque sabemos que o trânsito neste horário é complicado. Só queremos mostrar a nossa preocupação e indignação com as ocupações", afirmou Jéssica Ramos Moreno, organizadora do protesto.

A dona de casa Priscila Costa, de 34 anos, mãe de uma aluna do 8º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Nilo Peçanha, reivindicou o direito dos alunos de voltarem para a sala de aula. "É importante vir para a rua para que a comunidade saiba que também temos voz. Que temos os nossos direitos. A escola é para todos", disse.

A preocupação da administradora Maria do Céu Lopes, de 57 anos, é que as ocupações possam atrapalhar a realização do Enem. A escola onde a filha dela fará as provas está ocupada. Ela defende que é necessário discutir a qualidade de ensino público, mas de uma maneira que não interfira no direito de ir e vir. "Eles não podem tirar o direito de ir e vir dos professores, alunos e pais que estão contra esse movimento.", afirmou.

Para ela, o Movimento Ocupa Paraná é a gota d´água para chamar a atenção para a falta de qualidade do ensino público. "Os alunos têm consciência que o ensino, principalmente o ensino médio, está devendo no quesito qualidade. É importante reivindicar, mas com diálogo", defendeu Maria do Céu.

Desde que o filho R. B, de 17 anos, foi ameaçado por se manifestar contrário as ocupações, a diarista Josilene Oliveira da Silva, de 42 anos, acompanha o estudante em todos os lugares. Ela acredita que, após a morte de um estudante em uma escola de Curitiba, a situação será resolvida. "Não podem deixar que uma minoria tire o direito de quem é contra", afirmou.

Segundo R.B, os estudantes contrários as ocupações têm sido tratados com ironia pelos colegas. "Você se sente acuado. A ocupação não foi de feita de forma democrática. Eles estão defendendo uma coisa que nem conhecem. Deveria ter uma conversa com todos os alunos e discutir o assunto. Tem muito aluno que não tem uma opinião formada. Na minha escola são 1.050 alunos e só tem 40 na ocupação", disse o estudante.

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