quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Países devem investir em educação e empoderamento de meninas de 10 anos

A educação formal para meninas a partir dos 10 anos e a construção de projetos de vida que adiem a gravidez na adolescência são questões decisivas para o desenvolvimento socioeconômico mundial. As informações fazem parte do relatório "Situação da População Mundial", lançado nesta quarta-feira (26) pelo Fundo de População das Nações Unidas.

A representante auxiliar do Fundo no Brasil, Fernanda Lopes, explicou que as economias global e locais "premiam" aquelas pessoas que tem competências desenvolvidas a partir do ensino médio. Segundo ela, é nessa etapa que elas ganham mais qualificação e ao entrar no mercado de trabalho podem ter melhores cargos e salários.

"A educação formal também faz diferença na vida dessas meninas porque, quanto mais tempo elas ficam na escola, mais podem pensar na construção de seus projetos de vida que caibam uma gravidez mais no longo prazo, relações afetivas mais duradouras, também as protege do casamento infantil e de algumas práticas nocivas que as sociedades impõe a essas meninas", explicou.

Para Fernanda, a gravidez na adolescência é um impacto danoso para a vida de muitas meninas. "Elas terão menos oportunidades para tudo, para exercer seus direitos, estarão em desvantagens nas relações de gênero, mas sobretudo não conseguirão romper alguns ciclos, principalmente o ciclo da pobreza. A possibilidade dessas meninas construírem as habilidades para a vida precisa estar no centro das atenções e investimentos", reforçou.

A edição deste ano do relatório, intitulada "10 – Como nosso Futuro Depende de Meninas nessa Idade Decisiva", analisa a importância dos investimentos em meninas na faixa etária de 10 anos e como fatores cruciais tais como leis, serviços, políticas, investimentos, dados e padrões que garantam os direitos das meninas a partir dos 10 anos podem determinar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Os 17 ODS, expressos em 169 metas, representam o eixo central da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que entrou em vigor no dia 1º de janeiro deste ano. Eles vão orientar as ações nas três dimensões do desenvolvimento sustentável - econômica, social e ambiental - em todos estados-membros das Nações Unidas até 2030.

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