quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

» C. PROCÓPIO: Audiência Pública sobre Rotativo Zona Azul acaba e o serviço corre risco de ser cancelado

Em virtude de vários pontos questionáveis no contrato da Administração Pública e a empresa que gerencia o Rotativo Zona Azul em Cornélio Procópio, a regional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), decidiu por promover uma Audiência Pública, realizada na noite da última terça-feira (21), no anfiteatro da Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR).

A reunião que contou com diversos membros da sociedade e órgão públicos, terminou em dúvidas, apontamento de falhas no processo de licitação e o risco do contrato ser cancelado, mesmo este estando perto de ser encerrado, deixando pelo menos vinte e quatro funcionários desempregados.

Para o prefeito de Cornélio Procópio, Amim Hannouche, a situação é complicada, os advogados da OAB, da prefeitura e outros profissionais encontraram um grave erro no processo, onde a publicação da licitação foi feita trinta dias depois que o contrato com atual empresa que administra o serviço ter sido fechado.

Em outras palavras, supostamente a administração anterior abriu a concorrência para outras empresas interessadas já tendo o contrato fechado com a atual que administra o rotativo, sendo o fato denunciado ao Ministério Público, que analisa o caso e se realmente for comprovado, o processo não tem validade, podendo o serviço ser cancelado a qualquer momento.

A situação preocupa o sindicato dos comerciantes, a diretoria da empresa que administra o rotativo, que pode parar a atividade prejudicando as famílias dos funcionários que perderão o emprego e para tal, o Poder Público e a prefeitura estudam meios para que isto seja evitado, afirmou Amim Hannouche.

Para o prefeito, o que se questiona são os pontos falhos e um diálogo com os envolvidos deve ser feito para que na nova licitação estes possam ser corrigidos, como a dúvida quanto ao repasse, que não está clara, além de outros assuntos que não foram avaliados nesta reunião e o debate deve continuar após o carnaval.

Questionado sobre a interrupção do serviço, o prefeito informou que somente o Ministério Público pode responder após o parecer e decisão do Poder Judiciário.

Amim Hannouche ainda falou sobre o processo de municipalização do trânsito da cidade, onde haverá a necessidade de abrir concurso público para a contratação de fiscais como ocorre em outras cidade e como ordena a lei.

O prefeito finalizou parabenizando a iniciativa da OAB em abordar o assunto e expor a população, pois este é de interesse público, sendo que qualquer manifestação a favor ou contra é aceitável, pois o país é livre e democrático, podendo o cidadão comum expressar a sua opinião em assuntos que interferem no cotidiano da comunidade.

Por outro lado, o proprietário do Rotativo Zona Azul, o empresário Gilberto Guidorizzi, que acompanhou a reunião, afirmou que ficou surpreso com as questões que surgiram em relação ao processo contratual, pois tanto ele como seus funcionários, não tinham conhecimento dos fatos expostos pelos advogados da OAB.

Segundo ele, contrato foi firmado foi baseado nas leis apresentadas pela antiga administração e naquele momento tudo parecia estar dentro das normas.

Preocupado com o que pode acontecer, o empresário disse que o sistema esta funcionando dentro dos padrões e o trânsito na cidade está devidamente organizado, esta cabendo a atual administração e MP resolver a questão, não encerrando o contrato finalizando para que tudo volte como estava antes, uma completa desorganização de veículos na área central.

Questionado sobre problemas que surgem sobre o serviço prestado, Gilberto Guidorizzi falou que analisa todas as reclamações e a empresa tenta se ajustar, procurando uma forma de melhor atender os usuários e se baseando em dados da Polícia Militar, afirmou o índice de acidentes na área central da cidade diminuíram cerca de noventa por cento.

Quando o contrato com a prefeitura se encerrar daqui noventa dias, o empresário relatou que entrará com a proposta da empresa na nova licitação que deve ser divulgada e se for preciso criar uma nova minuta contratual para que tudo possa ser regulamentado da forma que deve ser ou como desejam as autoridade e a sua empresa o fará sem o menor problema.

Gilberto Guidorizzi ainda esclareceu sobre as reclamações de usuários, que afirmam que não encontram os fiscais nos locais destinados ao estacionamento rotativo. Para ele, a falta de paciência em esperar é um fator que atrapalha, pois os fiscais não podem ficar parados em um lugar só, a área que atuam é extensa e na presa, o usuário deixa o local não podendo aguardar o retorno do fiscal, que a qualquer momento está de volta.

Para que isso seja resolvido, basta os usuários procurarem as lojas credenciadas que vendem os tickets e guarda-los um local visível em seus automóveis.

Gilberto Guidorizzi finalizou informado sobre a questão do repasse das multas, segundo o mesmo, estes são dirigidos integralmente para os cofres da prefeitura e lamentou o número reduzido de pessoas que participaram da reunião, afirmando que apesar de reclamar, a população não participa de ações e debates que buscam melhora a qualidade dos serviços públicos, mas disse a audiência foi positiva e aguarda o desfecho do que foi exposto e debatido.

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