sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Em Ourinhos, alunos planejam dar bala envenenada para colega de classe pelo fato dela ser pobre

Dois alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Georgina Amaral dos Santos, de Ourinhos (96 Km de Cornélio Procópio), uma menina de nove e um garoto de oito anos, planejaram na ultima terça-feira (21), dar para uma colega de classe uma bala envenenada, pelo simples fato dela ser pobre, segundo eles relataram para a direção.

Em conversa, o diretor do estabelecimento de ensino, este confirmou o fato na manhã de quinta-feira (23), explicando que assim que a professora ficou sabendo do ocorrido, comunicou a direção, que imediatamente foi até a sala de aula e conversou em caráter geral, a fim de saber quem teria tido a ideia.

 “No momento em que chamei atenção dos alunos com a intenção de mostrar o mal que eles poderiam causar a colega de classe, ficamos sabendo quem seria os autores da ideia, tratando-se de uma aluna de nove anos e o aluno de oito anos. Os dois foram levados para a sala da diretoria, onde foram questionados sobre dar a bala envenenada para a colega e ambos confessaram, explicando que a menina iria trazer o veneno, o garoto a bala e que tinham a intenção dá-la a outra garota pelo simples fato dela ser pobre, que sempre os insultava”, esclareceu o diretor.

Após a confissão dos alunos em detalhes, como dizendo que iriam comprar bala de banana, para não aparecer o veneno, os pais foram convocadas e estiveram na escola.

“As mães ao lado de seus filhos ouviram eles contando sobre a ideia de dar a bala envenenada para a colega de classe, neste momento a mãe do aluno o repreendeu e ele demostrou arrependimento, quando a aluna que informou que o veneno que iria usar estava na casa da avó, não esboçou nenhum sentimento, relatando tudo tranquilamente”, contou Lucas.

Diante disto, os alunos foram suspensos por um dia de acordo com o regulamento interno da escola e estão suspensos das atividades extras realizadas.

Em conversa com a tia da aluna que receberia o veneno, ela contou como ficou sabendo da história e disse que desde que começou a estudar no CAIC, a sobrinha vem sendo excluída pelos outros alunos que a chamam de pobre.

“Eu vim buscar minha sobrinha na escola e percebi que ela não estava bem, fomos embora, em casa ela permaneceu em silêncio, mais do que o normal, pois ela não é de muita conversa. Mais eu e minha mãe fomos conversando com ela, ela com muito medo falou apenas que dois colegas de classe falaram que iriam matá-la, que iriam levar bala envenenada para dar a ela”, contou a tia.

Na manhã seguinte a aluna não quis ir à escola com medo e os familiares não foram até a escola para saber, esperando pelo contato da direção.

“Na quarta-feira ela aceitou voltar a escola e fui levá-la no portão, conversei com a professora dela, que muito nervosa e sem jeito explicou o que havia acontecido, informando que a escola já havia tomado providências, mas até então não tinham feito o contato com a gente, só na tarde do mesmo dia o diretor me ligou solicitando minha presença na escola, mas por motivos particulares eu não fui”, esclareceu a tia.

Diante do relato da tia, o diretor do estabelecimento foi questionado sobre não ter comunicado a família da aluna no dia. Ele justificou dizendo que é o procedimento interno da escola, “no primeiro momento nós acionamos os responsáveis pelos alunos em questão e depois acionamos a outra a parte, pois no calor da situação poderia ocorrer algum atrito. Mas demos todo o apoio a aluna e como ela faltou no dia seguinte, esperamos ela retornar para manter o contato com os responsáveis”, justificou o diretor.

 Por fim, o diretor deixou bem claro que não foi encontrada nenhuma bala ou lanche com veneno, que apenas os alunos estavam planejando a ação. Diante da revelação feita (pela própria aluna que iria levar o veneno), para sua mãe dizendo que na sala estava um boato que iriam dar bala envenenada para outra aluna, foi possível a interceptação do fato.

Para o próximo dia 8/3, a direção fará uma reunião com os pais a fim de esclarecer os fatos e orientá-los sobre o perigo de manter veneno em casa, como também explicar aos seus filhos sobre respeitar as diferenças.

Quanto a aluna, esta muito tímida, disse que agora está tudo bem e que não quer mudar de sala e nem de escola.

A direção se comprometeu a em encaminhar a aluna com o consentimento da família para uma psicóloga. (Redação e foto Portal JNN)

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