Mônica Moura garantiu no depoimento que foi Palocci quem pediu para que o casal assumisse a publicidade da campanha de Gleisi. Ela disse que não queria aceitar o trabalho, pois já estavam cuidando da campanha da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), que ainda era filiada ao PT e iria tentar concorrer à vaga de prefeita de São Paulo. No entanto, com a insistência do ex-ministro, acabaram cedendo e aceitaram trabalhar também em Curitiba.
A delatora disse que o ex-ministro Paulo Bernardo era quem cuidava dos pagamentos ao casal. Segundo Mônica, a campanha custou R$ 6 milhões. Desse total, R$ 1,375 milhão foi pago por caixa 1, ou seja, declarados à Justiça Eleitoral. Outros R$ 4 milhões, de acordo com a empresária, vieram por meio do ex-ministro Paulo Bernardo, em caixa 2. Ela diz que o restante quem operacionalizou foi o ex-ministro Palocci.
No depoimento, a empresária falou que acredita que Gleisi Hoffmann tinha conhecimento de que os pagamentos da campanha estavam sendo operacionalizados por caixa 2 pelo marido. Segundo Mônica, quando havia atrasos, ela procurava Gleisi, que lhe dizia para tratar desses assuntos com Paulo Bernardo.
Quando Palocci assumiu os pagamentos da parte que faltava, conforme Mônica, ele incluiu a conta da campanha de Gleisi no total que ainda restava da campanha de Marta Suplicy. A empresária disse também que a quantia foi paga em várias parcelas, que eram entregues sempre pelo assessor jurídico da campanha de Marta. As entregas ocorriam em locais públicos e também em um flat em São Paulo, alugado pela empresária apenas para receber esses valores.
Em nota, a defesa do ex-ministro Paulo Bernardo afirmou que desconhece as informações da delação e negou a ocorrência dos fatos. A senadora Gleisi Hoffmann também se pronunciou por uma nota. "Tomei conhecimento hoje, juntamente com a imprensa, da íntegra dos depoimentos mencionados. Nunca conversei sobre recursos, pagamentos ou contas de campanha com Monica Moura e João Santana. O que posso afirmar é que eles faltaram com a verdade em seus depoimentos", disse.
O G1 não conseguiu contato com o advogado que representa o ex-ministro Antônio Palocci.
Nenhum comentário:
Postar um comentário