sexta-feira, 22 de setembro de 2017

DEBATES BONDE Você é a favor ou contra a legalização do aborto no Brasil?

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Aborto é um dos temas polêmicos mais discutidos atualmente no Brasil. Os argumentos, tanto das pessoas favoráveis como daquelas contrárias, são variados e refletem posicionamentos que oscilam entre o feminismo, a medicina, a religiosidade, a vulnerabilidade social, os comportamentos sexuais etc.
Para ajudar o leitor a formar ou a rever uma opinião própria, o Portal Bonde, nesta primeira edição da série Debates, encomendou dois textos sobre aborto. O primeiro é favorável à prática e é assinado pela médica Débora Anhaia de Campos. O segundo, contrário, é de autoria da psicoterapeuta Lívia Fortes.

Confira os dois textos abaixo e se permita refletir sobre o assunto.

A favor do aborto

Na perspectiva de defesa dos direitos sexuais e reprodutivos, legalizar o aborto é garantir direito pleno à vida e ao próprio corpo pelas mulheres e por outras pessoas que podem engravidar, como homens transgêneros.

Não existe método contraceptivo 100% eficaz. Mesmo a laqueadura e o DIU têm taxa de falha em torno de 0,5% ao ano. Já os anticoncepcionais orais e injetáveis têm taxa de falha de 5% ao ano e o preservativo masculino, entre 15% e 20% ao ano. Mesmo usando corretamente esses métodos, a mulher e seu parceiro podem engravidar.

Isso significa que a mulher não possui controle pleno sobre o planejamento reprodutivo, criando uma desigualdade de gênero, já que a responsabilidade pela gravidez e pela futura criança recai sobre a mulher, sendo seu corpo e sua vida modificados pela gestação.

Além disso, as mulheres já abortam independentemente de tempo histórico, cultura, religião, etnia, idade, relação estável, condição econômica e formação. Porém, as mulheres pobres, negras e adolescentes são as que mais morrem por procedimentos inseguros realizados por elas ou por clínicas clandestinas.

Muitas mulheres não conseguem também negociar com os parceiros o uso de preservativo. Muitas sofrem estupro conjugal ou são impedidas de usar pílula ou outro método, já que, ao terem vários filhos, são proibidas de trabalhar ou sair de casa.

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